segunda-feira, 30 de abril de 2012

QUEM VENCEU O DEBATE DOS CANDIDATOS A REITOR DA UEPB?


Sábado, a equipe de jornalismo da Campina FM promoveu, com competência, diga-se de passagem, um debate entre os cinco candidatos a reitor da UEPB. Um debate importante, considerando que a eleição da UEPB tem um universo de 20 mil eleitores, entre professores, alunos e funcionários. Para que o ouvinte tenha ideia da grandiosidade desse processo, a UEPB tem mais eleitores do que algo em torno de 65% dos municípios paraibanos. A eleição da UEPB é estadual. Passa por Campina Grande, Lagoa Seca, Guarabira, Catolé do Rocha, João Pessoa, Monteiro, Patos e Araruna. Diria que é uma mini-eleição para governador. Algumas pessoas me ligaram ou mandaram e-mails para perguntar: “quem ganhou o debate?”. Eu disse a todos que não houve nem um grande vencedor e nem perdedores. E esse foi o problema do debate. Os candidatos, claro, não queriam perder. Mas, não se mostraram dispostos a vencer. Pareciam se contentar com um empate com gols. E que não se pense que eu torci pela baixaria desenfreada. Esperei um debate acalorado, com os candidatos se enfrentando no campo das diferentes ideias que, suponho, eles tenham. Temos cinco candidatos. O Prof° Rangel Jr., é o único candidato da situação, sendo apoiado pela reitora Marlene Alves e toda equipe da administração central. Os outros são, ou seriam, oposicionistas. Candidataram-se por discordarem da administração de Marlene e por terem diferentes projetos de gestão. Mas, os quatro candidatos teriam que deixar claro por que são oposição. A melhor forma de fazer isso seria inquirindo diretamente à candidatura situacionista. Conversávamos na véspera do debate, aqui mesmo nos estúdios da Campina FM, e concordávamos que seria um debate de quatro contra um. Mas, não foi isso que aconteceu. Não é que as questões não foram feitas, mas elas só aconteciam de forma pontual. Apenas em alguns poucos momentos houve um confronto direto de ideias. Rangel Jr., talvez confiante que esteja na vitória, não entrou em enfrentamentos. Utilizou a velha tática dos debates de bater preventivamente. Quando o Prof° Andrade ensaiou criticá-lo de forma mais contundente, Rangel Jr., levantou algo que Andrade teve dificuldades de responder. Andrade pareceu recuar. Nos questionamentos mais duros, a Profª Mônica se destacou. Mas, a impressão é que ela não soube definir bem seus alvos, nem organizar as informações que tinha. Ela propiciou um momento onde me pareceu que a polêmica ia rolar solta. Foi quando perguntou ao Prof° Andrade porque ele ficou contra ao PCCR docente, uma antiga aspiração dos professores da UEPB. Eu esperava que a Profª Eliana Maia inquirisse Rangel Jr., duramente. Mas ela preferiu colocar algumas questões pontuais sobre a gestão Marlene Alves. Em certos momentos Eliana e Rangel Jr., promoveram um bate-bola. Nada a estranhar, pois eles estavam juntos, na administração Marlene, até pouco tempo atrás. Pelo conhecimento que Eliana tem da UEPB, poderia ter contribuído mais na parte pedagógica do debate, levando os outros candidatos a se exporem mais. Estranha foi a participação do Profº Agassiz. Centrou-se numa política de relações internacionais para a UEPB. Parece esperar que o futuro reitor crie uma pró-reitoria nessa área. Foi de estranhar que os candidatos de oposição não aproveitassem a oportunidade para questionarem a forma como a atual gestão da UEPB lidou e lida com toda a problemática da autonomia. É a oposição que deve levantar as questões polêmicas. Ela ganha o debate quando leva a situação às cordas. Corrijam-me se eu estiver errado, mas isso não aconteceu. Quem sabe num próximo debate? É surpreendente que não tenham perguntado ao Profº Andrade se a candidatura dele é uma articulação do governador Ricardo Coutinho, já que seu vice era titular da Secretaria de Recursos Hídricos até dias atrás. O debate foi bom. Contribuiu para que saibamos quem é quem e o que deseja. Mas, ficou aquele gostinho de quero mais. E faltou o livre exercício da polêmica. Assim, ninguém ganhou, ninguém perdeu. Houve um empate com alguns gols. Mais eu ainda torço para vê-los mais ativos, mais polêmicos, menos passivos.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

ATORES POLÍTICOS NACIONAIS NA ELEIÇÃO DE CAMPINA GRANDE


Temos, neste momento, dois atores políticos que se não são novos no cenário, ocupam espaços que os tem projetado nacionalmente. Falo do Senador da República Vital do Rêgo Fº e de Aguinaldo Ribeiro que é deputado federal e titular do Ministério das Cidades. 
Sendo de um estado pequeno da federação, com pouca influência política, os dois tornaram-se parlamentares federais em momentos diferentes. Enquanto Vital Fº tornava-se deputado federal, Aguinaldo era deputado estadual. Quando Vital chegou ao senado, Aguinaldo foi eleito deputado federal. Em Condições Normais de Temperatura e Pressão - CNTP, os dois ocupariam o baixo clero, que é o grupo de parlamentares de pouca expressão movidos por interesses paroquiais ou pessoais. Baixo clero é uma expressão criada por Ulysses Guimarães para definir os parlamentares que sobrevivem das sobras das disputas do alto clero. Que vem a ser aquele seleto grupo de parlamentares que frequenta o noticiário, por ter alto poder de agenda na relação com o governo federal, dentre outras coisas. São os parlamentares que tem poder de influenciar na tomada de decisão e que ocupam postos-chave no Congresso Nacional, em seus partidos e no governo.
Contrariando a regra, imposta aos parlamentares paraibanos, Vital Fº e Aguinaldo Ribeiro transitam com desenvoltura pelo alto clero. Não é a toa que Aguinaldo Ribeiro tornou-se Ministro das Cidades do governo Dilma. Um ministério que, dentre outras coisas, é gestor de gordas fatias do PAC. Semana passada mesmo, Aguinaldo reuniu-se com cerca de 150 prefeitos da Paraíba para falar dos projetos de desenvolvimento econômico e humano para a Paraíba. Já Vital Fº sabe bem como projetar-se nacionalmente. Aliou-se com Renan Calheiros, uma espécie de padrinho seu no senado, e vem ocupando cada vez mais espaços. Ao PMDB cabia indicar o cargo de presidente da “CPMI do Cachoeira”. Calheiros convidou Vital e ele aceitou, calculando que assim terá ainda mais projeção. Vital faz parte de várias comissões permanentes do senado e da Corregedoria da casa. É relator da Lei Geral da Copa na Comissão de Constituição e Justiça. Além das audiências, participa das sessões e é o coordenador do PMDB paraibano para as eleições. Chego a ter a impressão que Vital se ausenta propositadamente das articulações da campanha em Campina Grande. É como se ele estivesse mais interessado nos rumos de sua carreira solo de político em Brasília, do que com os acontecimentos da política local. Com Aguinaldo não é diferente, mas ele tem estado presente no processo eleitoral. No final da semana passada esteve entre Campina e a capital comandando as articulações de seu partido, PP, com o PT. Convenhamos, a ida de Aguinaldo para o ministério robusteceu a candidatura de Daniella Ribeiro. Ninguém duvida que ele vai influenciar diretamente nesta eleição. Temos dois atores com recursos políticos de sobra para influenciar no processo eleitoral de Campina Grande. De que forma eles vão agir ainda não está claro. Não desconsideremos, apenas, que se as condições de temperatura e pressão ficarem anormais muita coisa muda, inclusive a capacidade de se influenciar no jogo político-eleitoral.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

O DNA DA POLÍTICA PARAIBANA


Eu já disse, aqui mesmo no Politicando, que a política paraibana se transformou num grande negócio de família e citei exemplos vindos do interior paraibano. Eu vou continuar a tratar da questão com outros exemplos, pois os atores políticos se perpetuam no poder mais pela hereditariedade do que pelos seus atos.


Dos doze deputados federais paraibanos, pelo menos oito tem descendência direta com políticos importantes. Eu vou citar os casos mais famosos, pois a lista é grande. O deputado federal Wilson Filho tem o ex-senador Wilson Santiago como pai. Hugo Motta é neto dos deputados Edvaldo e Francisca Motta. O senador Efraim Morais emplacou seu filho, Efraim, como deputado federal. O ex-governador José Maranhão tem seus sobrinhos Benjamim e Olenka como deputados. O ex-prefeito e ex-deputado Enivaldo Ribeiro tem seus filhos Agnaldo e Daniella como deputados. O deputado federal Ruy Carneiro vem de uma família de políticos.


Um caso famoso é do ex-governador Ronaldo Cunha Lima que legou seu filho Cássio Cunha Lima para a política. Na Assembléia Legislativa da Paraíba, pelo menos metade dos deputados pertence a famílias tradicionalmente envolvidas com a política em suas cidades. E não vamos esquecer a família Vital do Rêgo entronizada no poder, com vários cargos. Tínhamos Vital do Rego pai que foi deputado federal, dentre outras coisas. Pedro Gondim, ex-governador, vem a ser pai da deputada federal Nilda Gondim que é mãe do prefeito Veneziano e do senador Vital Filho


O que mais estranha é a forma como as famílias vão se apropriando do poder. Eu citei casos de famílias que permanecem em prefeituras por anos a fio. Temos os casos de atores políticos que se apossam de uma cadeira no parlamento e depois de vários mandatos, legam esse espaço de poder para um herdeiro. O procedimento usual é o que o deputado federal Dr. Damião adotou. Primeiro introduziu sua esposa na política, depois lançou o filho como vereador.


Nesta tradição as câmaras de vereador seriam um rito de passagem. Uma espécie de “escola”, onde os filhos das lideranças tomam aulas de como fazer política. Só existe uma exigência. O herdeiro tem que ter dezoito anos e ter título de eleitor, claro. Se ele fizer um curso superior ajuda, se for direito, tanto melhor. Os meninos e meninas da política começam sem enfrentar dificuldades. Herdam o capital político de seus padrinhos e a estrutura partidária que estes possuem. Contam com a experiência que os mais velhos adquiriram, pois é interessante se aconselhar, com base na confiança familiar, com alguém que está na política a 20 0u 30 anos.


Existe impedimento para que o filho siga a carreira do pai? Não, não deve haver. Principalmente se houver vocação e a natural influência. O problema, é que na Paraíba, se criaram verdadeiros feudos na política. São prefeituras e cadeiras no parlamento que se tornam propriedades particulares. Assim, a política vira algo de uns poucos. Os que não nascem em famílias tradicionais da política ficam fadados a serem meros representados.

terça-feira, 24 de abril de 2012

AFINAL, O QUE PRETENDEM OS PETISTAS?


Há doze anos eu entrevistei (para uma pesquisa) um líder do PT em Recife. Queria saber sobre o comportamento da esquerda nos momentos de tomar decisões internas. Este líder me disse que o problema é quando dois ou três grupos do PT discutem em torno de propostas diferentes, pois terminam se enfrentando de forma violenta. Disse-me que tomar decisões democráticas no PT é algo quase impossível. O grupo que sai derrotado não aceita o resultado e vai para a imprensa reclamar. Já o grupo que sai vitorioso quase sempre abusa do poder da maioria e utiliza alguns procedimentos não tão democráticos para impor sua vontade.


Parece que é isso que aconteceu em Campina Grande. O PT, tal qual o PSDB paulista, transforma seus processos decisórios internos em grandes celeumas públicas. Como em João Pessoa, o PT de Campina se dividiu entre lançar candidatura própria ou apoiar outras postulações, desde que pudesse ter a vice-candiddatura.


Essa é a estratégia do ex-presidente Lula. Ceder os postos de governador e de prefeito, ficando com os cargos de vice, para manter a coalizão que sustenta o governo federal no Congresso Nacional. Essa estratégia é boa a curto prazo, pelo interesse momentâneo, e desastrosa a longo prazo porque vai limitando os espaços do partido pelo país a fora.


O fato é que existia a pré-candidatura de Alexandre Almeida que muitos, inclusive eu, acreditavam que não iria a lugar nenhum. Mas os defensores da tese da candidatura própria se desentenderam porque não souberam, ou não quiseram, trabalhar em torno de um único nome. Apareceram quatro nomes postulando a candidatura própria.


O grupo defensor de uma coligação partidária se valeu do fracionamento. O PT ainda tinha que enfrentar a contradição de ao mesmo tempo em que compunha o governo Veneziano querer um projeto de oposição a ele. Era gritante a contradição. Com cargos na administração municipal, o PT só pensava em fazer oposição ao governo Veneziano. Até que entregaram os cargos. Talvez por verem fraquezas no governo municipal e duvidarem da viabilidade do projeto eleitoral de Veneziano e Tatiana.


O mais estranho é que parece haver dois PT’s em Campina. Um que lança nomes e se esforça para nos convencer de que é dotado de vontade própria. Outro que deixa os encontros partidários acontecerem, enquanto se reúne com lideranças de outros partidos como o PP.


Na sexta-feira, enquanto se organizava a reunião do domingo, lideranças do PT se reuniam com Daniella e Aguinaldo Ribeiro e selevam o acordo. Na capital o PT indicará Luciano Cartaxo candidato a prefeito e o PP o seu vice. Em Campina o PP indicará Daniella Ribeiro e o PT o vice dela.


O encontro petista acabou em briga, pois os interesses eram inconciliáveis. Havia o grupo que queria impor suas pequenas vontades e o que tinha que honrar o compromisso feito com o PP. Assim vem sendo o PT paraibano a pelo menos 20 anos. Seus membros brigam em torno de pequenos projetos. Dessa forma, o PT nunca terá vitoriosos, só derrotados.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

TORTURANDO OS DADOS ATÉ QUE ELES FALEM – PARTE II


A pesquisa 6SIGMA, divulgada sexta-feira passada, é importante por influenciar as articulações visando à formação das chapas para eleição majoritária. Não é a toa que na medida em que ela ia sendo anunciada e mesmo divulgada, notícias falavam da aproximação entre partidos. Entre a sexta-feira e o sábado tivemos notícias dando conta da aproximação do PP, da deputada Daniella Ribeiro, com o PT.


Ontem mesmo o PT campinense aprovou a tese, por ampla maioria, da aliança com o PP já no primeiro turno das eleições municipais. No final da semana passada o PT anunciou que entregaria os cargos que detinha na administração do prefeito Veneziano. Mas, esta questão eu analisarei amanhã.


A decisão do PT foi pragmática e objetiva, os petistas não podiam mesmo desconsiderar os dados da pesquisa do grupo 6SIGMA. Porque insistir em candidatura própria se na pesquisa espontânea da 6SIGMA, onde se pergunta em quem se pretende votar sem citar nomes, só apareceu, do PT, a presidente Dilma e, claro, ela não conta. Nenhum dos nomes que o PT veio apresentando nos últimos dois meses apareceu na pesquisa espontânea.


Daniella Ribeiro apareceu em 1º lugar na pesquisa estimulada, com 5,7 pontos percentuais a frente do 2º colocado, Romero Rodrigues, e 10,8% a frente da 3ª colocada, Tatiana Medeiros. Os petistas entenderam que o melhor é compor com a deputada estadual do PP. É dessa forma que uma pesquisa influencia nos rumos de uma campanha eleitoral.


É sempre muito interessante ver como os atores políticos diretamente envolvidos na campanha reagem às pesquisas eleitorais. Existe até um modelo a seguir. Quem está na frente diz que o resultado é a “confirmação do trabalho que já vem sendo feito”, agradece e coisa e tal. Quem aparece mal, tenta desqualificar a consulta e diz que a verdadeira pesquisa de opinião será feita nas urnas no dia da votação.


A deputada Daniella Ribeiro não escondeu, claro, sua satisfação, mas não deu maiores declarações até para não atrapalhar as articulações com o PT. Romero Rodrigues não tem motivos para estar insatisfeito, pois a pesquisa 6SIGMA deu-lhe bons elementos para que ele continue suas articulações. Daniella e Romero ficaram em 1º e 2º lugares, respectivamente e tiveram baixos percentuais de rejeição. Ela com 4,6% e ele com 5,2% de rejeição.


Este é, sem dúvida, o melhor cenário para um pré-candidato. Coloca-se bem nas duas pontas da pesquisa, na preferência e na rejeição.


Já Tatiana Medeiros, que ficou em 3º lugar com 5,7% e teve o maior índice de rejeição, 15,3% deu uma declaração controversa. Disse que os índices se devem ao fato dela ainda não ter deixado o governo Veneziano. Ora, se o governo municipal é bom, como ela mesma diz, então ela deveria aparecer bem na pesquisa já que é a candidata oficial do prefeito Veneziano.


O resultado da 6SIMA não foi bom para Guilherme Almeida. Ele aparece em 4° lugar, com 4,6%, e com uma rejeição de 5,5%. Os dois índices são baixos e a rejeição supera a preferência. Vamos guardar estes números e ficar de olho nas articulações, pois o momento da definição das chapas para eleição majoritária se aproxima.

sábado, 21 de abril de 2012

TORTURANDO OS DADOS ATÉ QUE ELES FALEM.


Diz-se que a estatística é a arte de torturar os dados até que eles falem. Vamos “supliciar” os dados da pesquisa do INSTITUTO 6SIGMA para prefeito de Campina Grande. Para mim, e também pra os políticos, importa muito observar os dados sobre a rejeição que os eleitores possam nutrir em relação aos candidatos.

A rejeição é aferida, nas pesquisas, a partir da questão: “em qual dos candidatos apontados você não vota em hipótese nenhuma?”. Rejeição importa mais do intenção de voto, já que na preferência existe a possibilidade de se mudar de opinião. Preferir é diferente de escolher em definitivo. Preferir tem algo de incerteza. Rejeitar é impositivo. É quando o eleitor não admite e até recusa um candidato.

Uma regra da análise é que só tem chances reais o candidato que, durante a campanha, não ultrapassar em momento algum os 27 pontos percentuais de rejeição. Na pesquisa eleitoral divulgada ontem pela 6SIGMA nenhum dos candidatos esteve muito próximo ou ultrapassou este percentual de 27 pontos. Mas, a luz de alerta deve ter acendido para a candidata Tatiana Medeiros, pois ela ficou em 1º lugar no índice de rejeição com 15,3%. Distante 11,7% do índice de 27 pontos.

Campanhas eleitorais não servem apenas para diminuir rejeições, podem aumentar, dependendo da condução da campanha, dos fatos nela gerados e do perfil do candidato.

Os concorrentes diretos de Tatiana tiveram índices de rejeição bem abaixo. Romero Rodrigues aparece com 5,2%, Daniella Ribeiro com 4,6% e Guilherme Almeida com 5,5%. Este deve ser o índice que cada um levará até o fim da campanha. Outra regra da análise é ter como aceitável uma rejeição não superior aos 6 pontos percentuais. Na pesquisa estimulada tivemos Daniella com 16,5%, Romero com 10,8%, Tatiana com 5,7%, Guilherme com 4,6%. Aqui a tendência é a seguinte.

Daniella e Romero consolidando suas postulações e ao que tudo indica já fazendo articulações que apontem para um possível 2º turno. Daniella aparece bem. Tem boa taxa de preferência e baixa rejeição. Isso serve para vitaminar suas articulações e muita gente está mesmo querendo juntar-se a ela. Romero também se coloca bem e traz uma vantagem. Na pesquisa, o vice-governador da Paraíba, Rômulo Gouveia, aparece com 12,3% das intenções de votos. Rômulo não é candidato. Seu cargo é mais importante do que o de prefeito. Mas, ele apóia Romero. E vai transferir algo desse percentual para Romero.

Tatiana e Guilherme têm que melhorar seus desempenhos. Com esses percentuais não irão muito longe. Mesmo que possam ter papel importante num 2° turno entre Daniella e Romero. Ainda temos Fernando Carvalho, com 2,6%; Marlene Alves, com 1,5%; e Arthur Almeida com 0,6%. Se eles pretendem levar adiante suas postulações devem agir rápido ou serão meros coadjuvantes no processo.

É óbvio que a campanha não começou. Que as chapas ainda não foram montadas e que vamos esperar o guia eleitoral que redireciona as campanhas. Temos casos de candidatos que iniciaram suas campanhas com índices baixos e seguiram firmes até a vitória. Sem contar que o jogo só termina quando acaba.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

A POLÍTICA COMO UM NEGÓCIO DE FAMÍLIA.


Numa reportagem do Jornal da Paraíba vi vários prefeitos do interior do estado abrindo mão do direito de postularem a reeleição. Um dos motivos apontados é o desencanto com a política, em que pese à reportagem só ter citado um caso de desencantamento. Citou a rumorosa desistência de Luciano Agra a reeleição em João Pessoa. que ele já recolocou seu nome a disposição do PSB. Parece que se reencantou!


Outro motivo apontado é o compromisso político. Na verdade, seria um pacto político feito entre aliados. O que acontece é o seguinte. Numa determinada cidade, uma mesma família monopoliza a gestão municipal e os seus membros vão se revezando no cargo de prefeito. A lógica é que todos tenham vez. A família se une e a prefeitura vai passando de mão-em-mão, como se fosse uma extensão de um dos negócios da família. Muda-se a titularidade. Mas as secretarias, distribuídas entre os membros da família, não mudam quase nunca. Algumas vão passando de pai para filho, viram herança de família.


Temos exemplos interessantes. Em Montadas o prefeito Lindembergue Souza (DEM) poderia disputar a reeleição, mas abriu mão para apoiar José Arimatéia, que é seu tio, e foi prefeito por duas gestões consecutivas. Em 2008, como não podia ser candidato ao 3º mandato, lançou seu sobrinho Lindemberg. O trato foi que Lindemberg não sairia candidato a reeleição este ano e apoiaria seu tio. Lindembergue justifica seu ato como questão de compromisso e honra. O fato é que existe um acordo na família. Aliás, tio e sobrinho pertencem ao clã Veríssimo Souza que se reveza e se perpetua no poder a 40 anos.


Caso idêntico, é o de São Sebastião de Lagoa de Roça. O sobrinho Flávio Bezerra não concorrerá à reeleição e apoiará o tio Ramalho Alves, que foi prefeito duas vezes. Na cidade de Damião a prefeita Mª Eleonora (PMDB) não concorrerá à reeleição para apoiar Geoval de Oliveira, que já foi prefeito duas vezes. Em livramento Jarbas Correia, eleito em 2008, pactuou com José Anastácio que não concorreria à reeleição, em 2012, e o apoiaria. Anastácio já foi prefeito duas vezes. Em Cubati, Dimas Pereira abrirá mão da reeleição para apoiar seu padrinho político Naldo Vieira ou quem este indicar.


As histórias são as mesmas, mudam apenas os nomes das cidades e dos atores políticos. A questão é o revezamento no poder para que nele se perpetuem. A política é mesmo um grande negócio de família! Os políticos lançam filhos, sobrinhos, esposas, mães, primos e qualquer parente que estiver ao alcance da mão.




E o fazem seguindo a lógica do compromisso e da confiança, pois não é interessante deixar um negócio na mão de alguém que não se confia. Com uma prefeitura nas mãos, resolve-se a vida de uma família inteira. Imagine o pai ser prefeito, a mãe, secretaria de educação, o filho secretário de saúde?


É um excelente negócio se não fosse por um detalhe. Ele é feito à custa do dinheiro público e passa ao largo dos direitos e interesses de toda uma coletividade.

VOCÊ LEMBRA EM QUEM VOTOU NA ÚLTIMA ELEIÇÃO?


Se considerarmos que votar é o ato pelo qual se contrata a representação política, esquecer o nome daquele que se ajudou a eleger é muito ruim. Dá para esquecer o nome da pessoa com quem se contratou algo? Imagine assinar um contrato de locação de um imóvel e esquecer o nome do locatário? É isso que acontece quando o cidadão-eleitor contrata alguém para representá-lo junto ao estado. Não é bom esquecer o nome do cidadão-representante.



O fato é que é comum as pessoas esquecerem em quem voltaram. Em geral, justificam que “político é tudo igual, que é melhor esquecer mesmo”. Já ouvi que são tantas eleições e que temos que votar em tantos candidatos que termina sendo normal o esquecimento. Mas, eu não vejo o esquecimento como fruto da apatia política ou mesmo por uma atitude irresponsável do eleitor. Chego mesmo a desconfiar dessas justificativas dadas. O esquecimento se dá pelo fato das pessoas tratarem a política como algo distante delas. A maioria não se vê fazendo parte do mundo onde as decisões são tomadas.


É como se o eleitor escolhesse os que vão entrar num mundo proibido para ele mesmo. Como ele pode escolher quem vai entrar, se conforma em ficar de fora. O esquecimento é fruto de uma perversão de nosso sistema político que consagra o ato da escolha dos representantes como mais importante.


Acostumamo-nos a participar, animadamente diga-se de passagem, das campanhas eleitorais e do processo mesmo de escolha, o ato da votação. O problema é que não participamos, ou porque não temos hábito ou porque não gostamos do processo seguinte a eleição. Que é quando os representantes tomam posse em seus cargos e vão trabalhar teoricamente em nosso nome para decidir coisas que dizem respeito a nós mesmos. Esquecemos rapidamente em quem votamos porque desconhecemos o que fazer para acompanhar a atuação do nosso representante.


É providencial para muitos políticos que seus eleitorais se esqueçam mesmo que votaram neles. Assim, ficam livres para atuarem do jeito que bem quiserem. Imagine que Demóstenes Torres conta agora com o esquecimento de seus eleitores, para que possa no futuro voltar a pedir o voto deles. Se o eleitor restringe sua participação no sistema democrático ao ato de votar está sim assinando um enorme cheque em branco para o político que elegeu.


Mas, se ele acompanha o comportamento político do eleito, fiscalizando seus atos e até denunciando eventuais práticas irregulares a coisa muda de figura. E que não se diga que não há como fazer isso. Se foi possível demandar ao legislativo a lei da ficha limpa, dá para usar os mecanismos de controle disponíveis. Vivemos na era da informação.


Se os ditadores do oriente médio não bloqueiam totalmente a informação, o que dirá nós com todo o aparato que temos? Pela internet é possível acompanhar em tempo real as sessões legislativas. Assim você não esquecerá em quem votou na última eleição.

AFINAL, PARA QUE SERVE UM VEREADOR? PARTE III


A Câmara dos Vereadores de Campina Grande sofre solução de continuidade. Funcionado pouco, e mal, devido à ausência de vereadores. Por lei, o governo municipal repassa à Câmara o dinheiro que paga o salário dos vereadores e as despesas da casa. A questão é como esse dinheiro é gasto. Respeitando os limites impostos pela lei, são os vereadores que decidem quanto a Câmara deve receber via duodécimo. O prefeito deve enviar o que é solicitado.




O caso de Recife é exemplar. Lá os vereadores pedem sempre o máximo. A Câmara representa 4.5% de tudo o que o município de Recife arrecada. Lembrando que o percentual não altera com o número de vereadores. Não importa se Campina têm 16 ou 30 vereadores, o percentual é o que a lei define. Assim, algo em torno de 5% do que se arrecada em Campina vai para a Câmara de Vereadores. Se isso é muito ou pouco, depende daquela relação entre custos e benefícios da qual já falei.




O pior é que, ao que parece, os vereadores de Campina Grande consomem mal os recursos públicos e não só por causa das faltas às sessões. Os vereadores concentram os gastos na maximização de suas chances eleitorais. Investem na manutenção de seus cargos por vê-los como um meio de ganhar a vida.




A estrutura da Câmara dos Vereadores atende às demandas eleitorais dos seus ocupantes. Isso, com raras exceções, cria ambiente favorável ao clientelismo. Mas, porque os vereadores de Campina são gazeteiros?  Porque são preguiçosos? Não, porque precisam trabalhar para garantir o próximo mandato. E isso é levado a sério, pois eles criaram o “rodízio da gazetagem”. Combinam entre si quem faltará e quando. Depois usam a tribuna para justificar o injustificável.


Cassiano Pascoal (PMDB) pediu ponto eletrônico na Câmara. Desconfio da eficácia desse procedimento, afinal sempre se pode dar um jeitinho. Antonio Pereira (PMDB), numa das sessões que não houve por falta de quorum, disse que tem vereador que brinca de legislar. Disse que projetos relevantes para a cidade deixam de ser votados por causa dos tais gazeteiros. O caro ouvinte sabe o que aconteceu? No dia seguinte o plenário da Câmara estava lotado. Alguns gazeteiros foram à tribuna reclamar que haviam sido taxados de irresponsáveis.


Cassiano Pascoal, Olímpio Oliveira, João Dantas, Nelson Gomes, Pimentel Filho, Tovar Correia e Fernando Carvalho ecoaram o discurso de Antônio Pereira. Eles se colocam como os mais assíduos da Câmara, mesmo que estejam tão somente cumprindo seu dever de representantes do povo. No entanto, eles somam a metade da Câmara. E a outra metade? E os outros oito vereadores, o que têm a dizer para a sociedade? Como explicam o nada honroso título de gazeteiros?




O que os faltosos dizem de suas constantes ausências nas sessões que tratam assuntos relevantes? E suas constantes presenças nas sessões especiais que lembram datas, nomes, dão títulos e coisas do gênero? O papel do vereador foi descaracterizado com o tempo. Eles são essenciais a democracia porque tem o poder de legislar e fiscalizar os atos do prefeito. Não para dar assistência aos mais necessitados.

terça-feira, 17 de abril de 2012

AFINAL, PARA QUE SERVE UM VEREADOR? PARTE II


Ontem eu falei que o vereador não pode ser provedor de necessidades individuais. Mas, ele não pode ser apenas um mediador entre a sociedade e o poder executivo. Muitos vereadores se gabam da habilidade de arrancarem do prefeito as necessidades das comunidades que representam. Ele até precisa fazer isso. Mas, só isso?


O vereador leva pleitos da sociedade para o prefeito, mas ele não é eleito para isso. É o poder executivo que tem que receber e perceber as demandas da sociedade. Então, e afinal, para que é mesmo que serve o vereador? Eu falei do que ele não deve ou não pode fazer. Agora, vou falar das funções dele. O vereador é eleito para legislar e fiscalizar os atos do poder executivo. É ele que faz as leis que regem o funcionamento da cidade.


É ele que faz o plano diretor municipal, a lei orçamentária e a de uso e ocupação do solo, o código ambiental municipal, etc. As grandes questões da cidade passam pela Câmara dos Vereadores. A discussão econômica e o tipo de crescimento; o uso dos recursos ambientais disponíveis; que tipo de indústria deve se instalar na cidade. Tudo têm que ser debatido e aprovado pela Câmara dos Vereadores.


O vereador é um fiscal de luxo das atividades do executivo municipal. Cabe a ele observar se o prefeito utiliza corretamente as receitas orçamentárias. Ele tem que vigiar os atos do prefeito para saber se ele está cumprindo os compromissos de campanha e como age na administração pública. Se o vereador faz as leis municipais e fiscaliza os atos do prefeito, ele é co-responsável pela administração da cidade.


Ele tem sim uma função das mais importantes para a cidade. E isso tudo é bem mais importante do que algum pequeno (ou grande) favor que ele possa prestar. Quando o eleitor pede um favor ao vereador ou quando ele se ocupa em conseguir um remédio para seu eleitor, está deixando de cumprir seu real papel.


Então falemos dos custos que uma Câmara de Vereadores representa para a sociedade. Como eu disse, em muitos países o vereador é um voluntário. E que não se pense que isso faz dele um puro de alma. O cidadão que aceita trabalhar voluntariamente como vereador influencia os destinos da cidade, pois ele vai agir em benefício de sua família e dos amigos, de sua categoria profissional, dos que moram na sua rua e em seu bairro. Enfim, essa representação é pragmática.


Sobre os custos é preciso ter claro que eles têm que ser compatíveis com os benefícios que a Câmara aufere a sociedade. De acordo com a Constituição Federal o total das despesas do município com a Câmara de Vereadores deve ser compatível com a quantidade de seus habitantes. Uma cidade com até 100 mil habitantes só pode gastar 7% de sua receita com sua Câmara de Vereadores. Se a cidade tem entre 100 e 300 mil habitantes só pode comprometer 6% de sua receita com seus vereadores.


Campina Grande, que figura entre 300 e 500 mil habitantes só pode gastar 5% com sua representação. E assim, sucessivamente, até que acima de oito milhões de habitantes só se gasta 3,5% da receita. A Câmara de Vereadores torna-se onerosa para a sociedade se não trabalha porque seus vereadores faltam às sessões, não importando o percentual gasto.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

AFINAL, PARA QUE SERVE UM VEREADOR? PARTE I.


Na quarta-feira da semana passada houve uma discussão no plenário da Câmara dos Vereadores de Campina Grande motivada pela persistente falta de quorum. Frequentemente a Câmara de Vereadores de Campina Grande deixa de fazer sessões por que a maioria dos vereadores não comparece.



Alguns poucos vereadores defenderam que a mesa diretora adote medidas enérgicas para assegurar a regularidade da realização das sessões. O vereador Olímpio Oliveira (PMDB) disse que não tem mais que fazer reunião, tem é que cortar o ponto dos faltosos e descontar da remuneração mensal deles. Os vereadores Cassiano Pascoal (PMDB) e João Dantas (PSD) estavam indignados com o que chamaram de “os gazeteiros da Camâra”.


E a situação vai piorar quando a campanha eleitoral iniciar e os vereadores tiverem que cuidar de suas campanhas eleitorais. Sempre que acontecem essas discussões é comum as pessoas perguntarem para que é mesmo que serve um vereador. Quais seriam suas atribuições? Já ouvi muita gente dizer que não é necessário termos 16 pessoas eleitas com o nosso voto, para nos representar, e pagas com o nosso dinheiro. Antes que se pense que quero fechar a Câmara dos Vereadores, sugiro uma reflexão, pois o edil é o mais próximo representante do povo junto ao Estado. É ele quem intermedeia a relação do povo com o poder executivo da cidade, ou seja, o prefeito.


E é assim é desde a Roma antiga. Lá havia os magistrados que cuidavam da ordem pública, do comércio, das provisões de água e alimentos e de tantos outros encargos públicos. Por volta de 360 a.C., os edis andavam pela cidade vendo o funcionamento das coisas e ouvindo as pessoas. Depois se reuniam para solucionar os problemas detectados.



Guardando as devidas proporções é isso que faz, ou deveria fazer, o vereador dos nossos dias. Mas, porque muitos não fazem ou fazem de forma torta? Em várias democracias do mundo, o vereador é um trabalho voluntário em favor da coletividade, sua remuneração ou é apenas simbólica ou não existe. Os países que adotam esse sistema entendem que ser vereador não é profissão e, portanto, não exigem dedicação exclusiva do edil.


Ao contrário dos deputados e senadores, o vereador não tem custos de deslocamento. Não é comum, na Europa, por exemplo, ver a vereança como meio de vida. Porque, então, os vereadores brasileiros se profissionalizaram? Ganham bons salários, sem contar o elevado custo que representam para as contas públicas.


Antes de dizer o que o vereador deve fazer, tenho que dizer o que o vereador não pode, ou não deve fazer. Vereador deve asfaltar rua e tapar buracos? Deve emitir receita médicas e doar remédios? Pode mesmo distribuir tijolos, sacos de cimentos e próteses dentárias? Não, o vereador não pode ser provedor de necessidades individuais. Ele não pode agir como se fosse uma espécie de entidade filantrópica para quem nos dirigimos nas horas de necessidade.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

AFINAL, QUEM É RICARDO COUTINHO?


Ricardo Coutinho foi eleito em condições adversas. Numa onda de continuísmos, tivemos a mudança. Ao invés de José Maranhão, os paraibanos preferiram Ricardo. Numa eleição difícil, ele esteve sempre em 2º lugar. A virada deu-se nos últimos dias e de nada adiantou lançar panfletos apócrifos dizendo que o “mago” tinha um pacto sinistro com as forças do mal. Já a transição foi complicada. Ricardo dizia não ter acesso às informações. Falava mesmo que o governo Maranhão lhe sonegava dados.



Veio a posse e todos deram a Ricardo o benefício da dúvida. A oposição lhe deu aqueles três ou quatro meses iniciais sem pressioná-lo. Mas, eis que as contradições ricardistas vieram à tona. Como governador, Coutinho abandonou as características do parlamentar. Como vereador e deputado estadual, Ricardo era um defensor do diálogo e da participação da sociedade nas questões político-institucionais. Como governante, vimos uma personalidade dada a atos unilaterais, como aquele que decidiu que Luciano Agra seria seu lugar-tenente na prefeitura de João Pessoa.


Surpreendeu a muitos ver Ricardo desestimulado ao diálogo com aliados. Indisposto a ouvir os que o cercam antes de tomar decisões. Causou, não sei se ainda causa, estranheza o fato de Ricardo mudar tão rapidamente a relação política com as forças e lideranças paraibanas. Ele já foi aliado e adversário de José Maranhão e já se colocou como a alternativa ao espectro político paraibano. Era um crítico do senador Cássio Cunha Lima. Mas, fez uma aliança com este que, tal qual castelos de areia, podem ruir na primeira onda que passar.


A composição líquida de seu governo é como a tentativa de misturar a água e o óleo, por mais que se tente cada elemento ficará em uma camada diferente. Ricardo tem em seu governo todas as colorações partidárias. Desde o “coletivo girassol”, passando pelo PSB (seu partido) e o PPS, até o PSDB e o DEM. Mas que não se reclame da composição água-e-óleo ricardista, já que este é o modelo de governança em nosso país.


Aliás, o que viria a ser o “coletivo girassol”? Um sólido agrupamento político em torno de ideias que logrou êxito em levar Coutinho ao governo estadual? Ou, apenas, um ajuntamento em torno de um projeto político individualizado, útil até quando legitimava a inserção ricardista nas alianças políticas? Ricardo nunca foi dado à vida político-partidária. Sua eloquente personalidade não parece caber em siglas. Ele esteve sempre acima do PT, por onde passou, por exemplo.




O tal “coletivo girassol” diz muito da grandiloquente personalidade ricardista. Como todos sabem, o girassol é uma flor que se movimenta em torno do sol. Ricardo é, ou foi, o sol. O coletivo girava em torno dele. Mas isso parecia incomodá-lo, tanto é que ele decretou, no começo do ano, o fim do coletivo.


Continuará Ricardo sendo o sol, que de tão luminoso a todos ofusca? Ou será uma estrela que, mesmo brilhante, aceita dividir o céu com outras mais ou menos luminosas?

quinta-feira, 12 de abril de 2012

PORQUE UMA PREFEITURA É TÃO ATRATIVA


Nunca, em Campina Grande, tivemos tantas pessoas querendo o cargo de prefeito. Nesse exato momento temos nove pré-candidatos. Ser prefeito de uma cidade do porte de Campina Grande é tarefa para poucos. O nível de responsabilidade é altíssimo.




A primeira grande dificuldade é que se administra sempre com uma pequena quantidade de recursos e com um altíssimo índice de demandas. O gestor tem que tomar decisões e fazer escolhas. Ou seja, ele precisa elencar prioridades, daí que está sempre agradando a alguns e desagradando a muitos. Mas, mesmo assim, muitos desejam o cargo. Afinal, o que torna uma prefeitura algo tão atrativo?



Cerca de 1.700 pessoas vão concorrer as 223 prefeituras das cidades paraibanas. O que dá uma média de 6 a 7 candidatos por município. O fato é que, a partir de 2013, os eleitos vão administrar cerca de 4 bilhões de reais, distribuídos de forma desigual, claro, entre os municípios paraibanos. Um prefeito nomeia pessoas. Na Paraíba existem entre 10 e 15 mil cargos comissionados. E a distribuição de cargos entre aliados é uma valiosa moeda de troca.



Os prefeitos têm muitas regalias. Além de bons salários, diárias para viagens, possuem foro privilegiado e dispõem de considerável quantidade de pessoas a lhes servirem. O prefeito de Campina Grande ganha algo em torno de R$ 10.000,00. Tem o "PALÁCIO DO BISPO", com toda uma estrutura física, administrativa e política, para governar.




Veneziano dispõe de 178 assessores. São 28 para a área política, 48 técnicos e 102 assessores especiais. Um contingente expressivo, convenhamos. E ele não precisa se reportar a ninguém para nomear seus assessores, nem a Câmara dos Vereadores. Ele só precisa atender as suas conveniências políticas.


Veneziano tem motorista particular, alguém para lhe abrir e fechar portas. Isso não deixa de ser um símbolo de poder e status. O prefeito tem recursos de poder para determinar os caminhos que a cidade deve seguir. Ele pode implementar políticas públicos que alteram (para o bem e para o mal) a vida de todos os cidadãos. Para se ter uma ideia o orçamento municipal para o ano de 2012 é da ordem de R$ 830 milhões. As demandas são enormes, mas 830 milhões é muito dinheiro! Uma prefeitura como a de Campina Grande é atrativa para todos aqueles que pretendem alçar grandes vôos na política estadual e até nacional. 






Ser prefeito de Campina Grande projeta o ator político. Veja-se, por exemplo, que na época do São João o prefeito recebe autoridades políticas de todo o Brasil. Os benefícios de ser prefeito são maiores do que os custos. Por isso, todas as vezes que você ouvir um prefeito se lamuriando de suas atribuições lembre que nem tudo é espinho na vida de um gestor.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

QUANDO CÁSSIO CUNHA LIMA VAI ENTRAR NA CAMPANHA?

Todos devem conhecer a brincadeira que consiste em procurar um personagem, chamado Wally, num enorme desenho recheado de pessoas. Muitos têm procurado não Wally, mas sim o senador Cássio Cunha Lima. Na verdade, a pergunta não é onde ele está. A questão é quando ele vai entrar na eleição? Em que momento vai arregaçar as mangas para tentar eleger Romero Rodrigues prefeito de Campina Grande? Afora notícias dando conta que eles se reuniram para traçar planos, não vi ainda o senador dando declarações que possam influir no processo.


Sobre João Pessoa, ele foi literalmente tucano. Disse que é preciso “encontrar mecanismos para que a eleição municipal não interfira na aliança estadual”. O PSDB tem a candidatura de Cícero Lucena, mas Cássio tem seus compromissos com Ricardo Coutinho e é improvável que queira que essa aliança venha a ruir por causa de uma disputa localizada.




Daí que Cássio parece preferir ficar equidistante das polêmicas da capital. Sobre Campina Grande é que temos outra situação. É claro que Cássio quer que prefeitura de Campina volte a fazer parte de seu guarda-chuva político. Mas se a disputa já começou, por onde ele andará? O que está esperando para entrar de vez na eleição?


Ele tem cuidado de seu mandato de senador. Tem se inserido nas questões nacionais, em que pese não estar clara sua opinião sobre o envolvimento do PSDB no processo político atual. Não se sabe, por exemplo, sua opinião sobre a participação de José Serra na eleição de São Paulo ou sobre a possível candidatura de Aécio Neves a presidente da república em 2014.




O que pretende Cássio, então? Resguardar-se para o momento em que o embate eleitoral se acirrar? Ou quer esperar para ver como vai ficar sua situação política após a decisão do TSE que o tornaria inelegível em 2014? É possível que ele esteja querendo evitar que algum fato da campanha política venha a tornar sua situação futura ainda mais delicada.



O fato é que Cássio tem um alto poder de influenciar o processo. Mas esta influência pede sua presença – ela pode ser pouco importante se for mantida a distância. Na verdade, o que Cássio tem feito é trabalhado com cautela impar já que o jogo gira em torno do segundo maior colégio eleitoral da Paraíba. Também existem as articulações visando às eleições de 2014, quando as principais lideranças políticas da Paraíba vão pleitear o cargo de governador. Um passo imprudente agora ou uma decisão apressada pode causar estragos desde agora até 2014.

terça-feira, 10 de abril de 2012

O OCASO DE UMA LIDERANÇA?


Na semana passada o TRE desaprovou e rejeitou as contas da campanha eleitoral de 2010 do ex-governador José Maranhão. O TRE terminou por acatar o parecer do Ministério Público Eleitoral que apontou que a prestação de contas de Maranhão continha “vícios gravíssimos”. Alguma novidade? Não, trata-se de mais um político com suas contas rejeitadas pela configuração de “caixa 2” na campanha eleitoral. O problema é que Maranhão é pré-candidato a prefeito de João Pessoa e recente decisão do TSE atesta que a reprovação de contas de campanha torna o candidato inelegível. Maranhão disse que não existem possibilidades dele não se candidatar. Fiel ao estilo de não abrir mão do que quer, afirmou que mantém a candidatura. Mas, as coisas não são tão simples assim!


Maranhão parece enfrentar o ocaso de sua carreira política. A derrota sofrida para Ricardo Coutinho o fez sentir o golpe. A campanha de 2010 foi conduzida como se ele tivesse certeza da vitória. Ele se preparou para tudo menos para perder. Nas entrevistas após aquela eleição, Maranhão demonstrou um rancor poucas vezes visto em um político derrotado




Ele vagou dias e dias, como se fosse um fantasma, pelos corredores do poder da Capital Federal em busca de um cargo.  Tentou o 1º escalão do governo federal, Dilma disse-lhe não. Tentou o 2º escalão e a Presidente negou-lhe. Eu mesmo cheguei a ter pena da via crucis de Maranhão pelos emaranhados da burocracia brasiliense. Ele já partia para o 3º escalão, quando deve ter percebido que não ficava bem para um ex-governador e ex-senador da república mendigar por um cargo.


Então, ele veio para a Paraíba e foi descansar em uma das onze propriedades rurais que apresentou como suas na declaração de bens apresentada à justiça eleitoral. Quando eu, na minha ingenuidade de analista, achava que ele havia se resignado, eis que o ex-governador lança-se candidato a prefeito de João Pessoa. Num processo conduzido com mão-de-ferro pelo próprio Maranhão, o PMDB decidiu lançá-lo candidato, deixando de lado nomes como o do deputado federal Manoel Jr. E não tem se passado um único dia em que políticos do próprio PMDB ou aliados não deixem de pedir a Maranhão para que reconsidere sua postulação. Com a decisão do TRE, as insatisfações reinantes tendem a aumentar. Sem contar que é comum vermos pessoas dizerem que o tempo político de Maranhão findou.


E que não se diga que me refiro à idade do ex-governador, em setembro ele fará 79 anos. Também não me reporto ao fato dele ser um homem com uma situação financeira muito bem definida. Sua declaração de bens apresentada à justiça eleitoral em 2010 dá conta de um patrimônio de mais de 7 milhões de reais. Só que os políticos não costumam declarar tudo que possuem. O tempo político de Maranhão passou pelas suas ideias um tanto quanto antigas. Pelo seu jeito coronelístico de governar e sua forma rancorosa de fazer política.


Dizem que, na África setentrional, quando um elefante fica muito velho é afastado da manada pelos jovens elefantes. Ele é deixado num canto, para ter seu ocaso, e a manada segue seu caminho. Será  que o inferno astral que José Maranhão vem enfrentando significa que ele está sendo deixado de lado pelos elefantinhos da política paraibana?

segunda-feira, 9 de abril de 2012

EXPLICANDO O DILEMA DO POSTE


A capacidade de transferência de votos de um líder político pode variar entre uma eleição e outra. Ou seja, ela não é constante. Não basta um líder político pedir para se votar num determinado candidato, pois ele tem que ser merecedor, aos olhos do eleitor claro, da transferência. É preciso entender que a transferência de votos não é algo automático. Não basta um grande líder político pedir para se votar em quem ele bem queira. Não é porque o líder é um Lula da vida que os eleitores vão votar em qualquer um que ele queira. A história do poste surgiu disso.

Dizia-se que existiam políticos que de tão populares e tão bem avaliados poderiam eleger o que bem quisessem. Até mesmo um poste. Em setembro de 2008, por exemplo, Lula era tão bem avaliado que muitos analistas diziam que ele elegeria até um poste, se assim quisesse. Mas, como é que surge a história do poste? O advento da reeleição, a proibição dos governantes buscarem um 3º mandato consecutivo e as restrições para que tentem colocar parentes como sucessores criou nova situação. Assim, ter um aliado de confiança como sucessor é estratégico, pois partidos e políticos não querem deixar o governo para um adversário, por motivos mais do que óbvios.


Quando o líder político torna-se cabo eleitoral aumenta sua popularidade. Enquanto pede votos para seu aliado, aumenta sua exposição, fala do que fez e turbina seus projetos políticos futuros. Mas, este é um jogo delicado, pois se em caso de vitória a demonstração de força é grande, em caso de derrota o poder de liderar as massas é questionado de cima a baixo. Não fazer o sucessor é uma das piores derrotas que um líder político pode sofrer. É sempre um jogo de aposta alta.




É este o dilema que Veneziano enfrenta hoje. Se Tatiana for eleita, ele entra no jogo eleitoral de 2014, se ela perder, ele fica com o ônus da derrota, além do oxigênio dos políticos que é o cargo público. Cássio Cunha Lima também tem seu dilema. Além de colocar a prova seu prestígio político, apoiando Romero Rodrigues, pode vir a ter que lidar com uma terceira derrota consecutiva em seu principal reduto eleitoral. Já Daniella Ribeiro conta com a capacidade de transferência de votos, para somar ao seu capital eleitoral, mas este é um dilema menos complicado, pois se trata de uma questão de herança política. Claro, o tamanho do dilema de cada um é proporcional a situação política que possuem. A situação de Romero é mais cômoda, pois Cássio Cunha Lima vem sendo um bom cabo eleitoral. Veja-se como ele foi útil na eleição de Ricardo Coutinho.


A questão não é se o líder político transfere ou não votos. O enigma a ser decifrado é: quanto ele consegue transferir e se isso faz até um poste ser eleito. É por isso que o candidato tem que se mostrar confiável aos olhos do eleitorado. Não basta ter o apoio do líder, tem que saber transformar apoio em votos e isso, meus amigos, é algo bastante difícil. Querer ser eleito por uma força externa, apenas com votos herdados, sem um mínimo de capital eleitoral próprio, é algo arriscado. É preciso saber dosar bem duas coisas: a capacidade de escolha do eleitor e o poder de transferência de votos do líder político. É isso que se coloca no caso da eleição de Campina Grande. Temos candidatos que dependem da capacidade de transferência de votos de seus lideres para se elegerem. Qual deles resolverá o dilema do poste? Nós só saberemos durante a campanha eleitoral.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

ANALISANDO AS NOVE PRÉ-CANDIDATURAS


Em nove dias tratei das nove pré-candidaturas, postas publicamente, a Prefeito De Campina Grande. Tivemos: Romero Rodrigues, Tatiana Medeiro, Marlene Alves, Guilherme Almeida, David Lobão, Fernando Carvalho, Alexandre Almeida, Arthur Almeida e Daniella Ribeiro. O objetivo foi apresentar informações para apontar quais pré-candidaturas são viáveis. Então, veremos quais são os que não vão sobreviver ao que eu chamo de período probatório das candidaturas. Pois, até o dia 06 de junho nós temos o prazo final para as convenções partidárias e os pré-candidatos trabalham para reunirem aliados e apoios.


Das nove, cinco ocupam cargos eletivos (Romero, Marlene, Guilherme, Fernando e Daniella). Apenas uma (Tatiana) ocupa uma secretaria de governo. E três (Lobão, Alexandre e Arthur) não ocupam cargos públicos. Em termos de capital eleitoral, ou seja, sobre o que estes pré-candidatos dispõem para não partirem do zero quando a campanha começar vejamos que: Apenas Romero, Guilherme, Fernando e Daniella são fiéis depositários de boa quantidade de votos conquistados em eleições anteriores.

Romero, inclusive, dispõe de um apoiador, eu falo do senador Cássio Cunha Lima, suficientemente forte que pode colocá-lo no segundo turno e até mesmo levá-lo a vitória. Óbvio, a capacidade de transferência de votos de um líder político varia de eleição para eleição. Ou seja, o dilema do poste tem que ser resolvido a cada nova eleição.

Daniella tem o apoio e a estrutura que sua família lhe dá, além do valoroso apoio de seu irmão, Ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, e vem se articulando bem. Fernando e Guilherme, mesmo sendo parlamentares bem votados e experientes, carecem de apoios e alianças consolidadas. Mas, podem ser peças chaves no jogo. Podem até mesmo conquistarem a vaga de vice em alguma candidatura mais sólida, mas os vejo com fôlego para chegarem a um 2º turno.

Tatiana disporá do apoio de Veneziano e, inevitavelmente, terá a estrutura da Prefeitura Municipal a sua disposição. Mas, pairam dúvidas sobre se ela decolará. Vai depender do tipo de comportamento que Tatiana terá e se conseguirá cativar o eleitor fiel de Veneziano, pois a transferência de votos não é algo automático. Não basta o líder político pedir para seu eleitorado votar no poste. Ele tem que ser merecedor, aos olhos do eleitor, claro, da transferência.

Assim, e a preço de hoje, o processo eleitoral vai girar em torno de: Romero, Daniella E Tatiana, considerando as especificidades da candidatura Tatiana. Marlene deve ir até o fim, pois quer se tornar conhecida do eleitorado. Mas, não se descarta um importante papel seu apoiando uma das candidaturas no 2º turno. Arthur e Alexandre não devem sobreviver ao período probatório das candidaturas e buscaram um realinhamento nos lugares onde sempre estiveram. E lobão deve ir frente cumprido o papel de sempre. As nove pré-candidaturas devem se depurar e ao final iremos para a eleição com cerca de quatro candidaturas.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

ANALISANDO OS PRÉ-CANDIDATOS – DANIELLA RIBEIRO


Daniella Ribeiro é filiada ao PP. Tem 39 anos, é divorciada e campinense. É pedagoga pela UEPB, com pós-graduação em relações internacionais pela UNB. O valor total de seus bens declarados é de R$ 72.000,00. Ela já foi vereadora em Campina Grande e candidata a vice-prefeita na chapa com Rômulo Gouveia. Foi eleita deputada estadual nas últimas eleições com 29.863 sufrágios ou 1,5% dos votos válidos. Em suas atuações parlamentares, Daniella é sempre bem avaliada.


Ela vem de uma tradicional família da política paraíbana. Seu pai, Enivaldo Ribeiro, foi prefeito de Campina e deputado federal. Sua mãe, Virgínia Velloso, é prefeita de pilar. Seu irmão, Agnaldo Ribeiro, é deputado federal e é o atual ministro das cidades do governo Dilma Rousseff. Talvez, Daniella queira ser prefeita bem mais pelo seu histórico familiar do que pela sua atuação parlamentar.

A família Ribeiro vê a atividade política como um negócio próprio. Enivaldo Ribeiro foi preparando seus filhos para darem prosseguimento a sua carreira. Não é a toa que ele foi repassando, como se fosse uma herança, o invejável capital político eleitoral que sempre dispôs em Campina Grande. Daniella é um daqueles casos em que a família dedica longos esforços para prepará-la para a vida pública. Isso faz com que o fato dela não ter, ainda, experiência como gestora pública seja quase imperceptível.

Os passos de sua carreira política são muito bem pensados. Veja-se que ela foi candidata a vice de Rômulo Gouveia e, mesmo perdendo, ganhou em popularidade. Se para alguns candidatos essa eleição para prefeito tem a função de torná-los conhecidos, para Daniella, não, ela está no jogo para disputar e ganhar, se possível.

Daniella é bem conhecida nos bairros populares da cidade, pelo seu trabalho assistencialista. Ela se utiliza bem do discurso de que é uma “mulher do povo”, mesmo que não tenha emergido das camadas populares. Ela sabe bem utilizar sua disposição para enfrentar polêmicas. Raramente ela desiste de um debate e, ao que parece, quanto mais acirrado ele for melhor para ela.

Talvez, a curto ou médio prazos, as denúncias feitas ao seu irmão, Aguinaldo Ribeiro, possam nela respingar. Se a indicação de Agnaldo para o ministério das cidades fortaleceu sua candidatura, podendo ainda trazer muitos dividendos, uma renuncia forçada pode vir a enfraquecê-la. Por enquanto não é o que se vê. Nem na mídia e nem na sociedade pode-se ver uma relação negativa entre a questão do “JAMPA DIGITAL” e a sua candidatura. Obviamente, que todas as acusações que pesam sobre o ministro Aguinaldo podem vir a ser usadas pelos adversários de Daniela, no guia eleitoral.

Sobre as chances da candidatura de Daniela, posso dizer que são promissoras. Ela se coloca entre os três primeiros. A preço de hoje, ninguém apostaria num 2º turno sem Daniella Ribeiro. A política de alianças que ela vem desenvolvendo demonstra bem isso, pois seu partido vem negociando com vários outros. Inclusive, existe a possibilidade de um dos atuais pré-candidatos vir a ser tornar o vice na chapa de Daniella e isso, sim, a tornaria bastante forte. Mas, como caldo de galinha e cautela nunca fez mal a ninguém, certa parcimônia neste momento deve ajudar. Até porque num jogo de aposta alta como este ninguém quer perder e todo mundo quer ganhar.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

ANALISANDO OS PRÉ-CANDIDATOS – ARTHUR ALMEIDA

Arthur Almeida é filiado ao PTB. Tem 42 anos, é casado, e natural de campina grande. É formado em direito pela UEPB e é um bem sucedido empresário do segmento de vestuário masculino. Arthur exerce liderança no meio comercial e empresarial campinense, tendo, inclusive, sido presidente da Câmara de Diretores Logistas (Cdl) de Campina Grande.




E foi exercendo essa atuação como líder classista que Arthur adentrou no terreno da política partidária, tornando-se presidente do diretório campinense do PTB.
Com essa inserção político-partidária, Arthur passou a ser cogitado a disputar as eleições municipais. Em 2008 lançou-se candidato a prefeito de Campina Grande. Mas, terminou retirando sua candidatura para apoiar a de Rômulo Gouveia, inclusive foi coordenador naquela campanha do atual vice-governador.



Arthur demonstra conhecer bem Campina e seus problemas. Quando participa do “Debate Integração” ele estuda o tema que vai ser discutido. Recentemente, acerca da polêmica do aterro sanitário, demonstrou um bom nível de conhecimento, pontuando as questões mais técnicas, inclusive. Ele defende que Campina precisa de uma gestão menos política e mais administrativa. Defende que Campina precisa de um choque de gestão no setor público. No seu blog, sugere um tipo de gestão que alavanque um verdadeiro processo de crescimento, retomando a vocação da Rainha da Borborema. Arthur diz, ainda, que não é e nem deseja ser político profissional, mesmo sendo presidente do seu partido e candidato a prefeito.




Obviamente, que esta é uma questão que ele precisa resolver. Pois a atividade política que ele desenvolve o torna sim um político profissional. Se ele vier a se tornar prefeito de Campina Grande vai ocupar um cargo eminentemente político que envolve, dentre outras coisas, atividade administrativa. Como pré-candidato Arthur busca a linha da independência política. Coloca-se como não aliado de ambos os grupos políticos hegemônicos da Paraíba. Ele critica as gestões que já administraram Campina, por elas terem sido realizadas com objetivos políticos. “Campina é apenas usada como trampolim político”, diz Arthur.




Sobre se a pré-candidatura de Arthur vingará, não se sabe. Faltam-lhe apoios em setores diversificados da sociedade. Ele também não dispõe de uma sólida política de alianças com outros partidos, o que limita o tempo no guia eleitoral do rádio e da TV. Mas, o que falta mesmo a Arthur é resolver essa espécie de crise de identidade que ele carrega entre ser um administrador de empresas ou um político profissional. A Prefeitura Municipal de Campina Grande está muito longe de ser uma empresa que se administra visando a eficiência nos negócios.